14ª Cimeira Mundial de Ética: “Temos de enfrentar os enormes desafios globais que se avizinham”
Na última sessão da 14ª Cimeira Mundial dos Conselhos Nacionais de Ética (17 a 19 de abril), a presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Maria do Céu Patrão Neves, fez uma intervenção acerca da evolução dos temas bioéticos privilegiados na última edição, no ano de 2022, em Lisboa, até à atual de San Marino. Foi sentida a necessidade de reforçar os sistemas de saúde, considerados a pedra angular da saúde individual e global, preparando-os para novas emergências. A luta contra a desigualdade no acesso à inovação foi também destacada, assinalando-se as assimetrias ainda existentes entre as diferentes regiões da Organização Mundial de saúde (OMS).
O debate alargado, o envolvimento do público e a responsabilidade social foram também destacados como essenciais para promover decisões informadas em saúde pública, preocupação partilhada pelos países participantes em ambas as cimeiras.
Alguns outros aspetos relacionados com “ameaças contínuas e vulnerabilidades humanas” como as questões dos migrantes e refugiados, os efeitos das alterações climáticas na saúde humana, o crescimento demográfico e desequilíbrios globais foram também alvo da preocupação dos diversos intervenientes neste encontro dos Conselhos Nacionais de Ética.
Patrão Neves insistiu também sobre o papel fundamental dos Conselhos Nacionais de Ética no desenho de políticas públicas, em diálogo com os cidadãos e com os poderes político e legislativo a nível nacional, e na criação de consensos globais, no plano mundial. “Temos de enfrentar em conjunto os enormes desafios globais que se nos deparam no presente, numa rede de trabalho contínuo e articulado com a OMS e a UNESCO”, afirmou.
Na cerimónia de encerramento da Cimeira, foi anunciado o anfitrião da 15ª Cimeira Mundial de Conselhos Nacionais de Ética, que será o Bangladesh.